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Uma série de testes realizados em camundongos demonstrou que a aplicação de luz, associada ao uso do Photodithazine, um pó composto por um tipo de sal e dissolvido em água, talvez possa substituir os medicamentos e produtos fungicidas no tratamento de candidíase oral.

Com o novo método, basta enxaguar a região lesionada com o Photodithazine e receber a aplicação de luz de laser em 660 nanômetros, intensidade amplamente utilizada na área de odontologia, ou LED. O pó é absorvido pelos microrganismos presentes na região infectada e promete combatê-los ao receber a iluminação. Com a mesma eficiência dos tratamentos convencionais, essa reação oxidativa elimina os microrganismos sem o uso de agentes agressivos ou fungicidas que podem causar danos ao fígado.

Tanto o Photodithazine quanto as fontes de luz foram desenvolvidos pelo Grupo de Óptica do Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da USP, sob a coordenação do professor Vanderlei Bagnato, que participa deste estudo realizado por pesquisadores dos departamentos de Materiais Odontológicos e Prótese e de Fisiologia e Patologia da Faculdade de Odontologia da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp – campus de Araraquara). O professor explica que o ato de fazer o bochecho com o Photodithazine torna o tratamento ainda mais rápido e prático, solucionando a dificuldade que profissionais da odontologia tinham ao tentar tratar a cavidade oral dos pacientes. “Esta técnica é uma metodologia que poderá ser muito promissora no controle microbiológico para a odontologia moderna”, pontua.

Nos testes in vivo, camundongos fêmeas de seis semanas de idade foram infectados e passaram pelo tratamento, ministrado uma vez por dia, ao longo de cinco dias. Após um intervalo de oito dias, os pesquisadores analisaram as línguas dos animais tratados e observaram a eficácia na eliminação dos microrganismos. Agora, os pesquisadores da Faculdade de Odontologia têm aplicado essa metodologia no tratamento de 60 pacientes idosos, que têm infecções causadas pelo uso de próteses, como dentaduras. Segundo a professora coordenadora da pesquisa Ana Claudia Pavarina, a aplicação da técnica tem sido positiva nos estudos clínicos. “Ao final das aplicações da metodologia, houve a remissão completa da lesão em alguns pacientes.

Nos pacientes que tinham lesão grau dois, a infecção apresentou-se como grau um ao final do tratamento.” Para tornar a técnica um procedimento regular, a professora Ana Claudia explica que está trabalhando no estabelecimento e na validação de protocolos adequados e na autorização dos órgãos da área de saúde. Ela ressalta também que a pesquisa clínica é longa, uma vez que está trabalhando com pacientes idosos. Pelo fato de este trabalho fazer parte da tese de doutorado da pesquisadora Fernanda Alves (Unesp), os cientistas pretendem concluir esta pesquisa até meados de março de 2017.

PARCERIA RENTÁVEL

A parceria entre a Faculdade de Odontologia e o Grupo de Óptica do IFSC teve início em 2005. Desde então, segundo a professora Ana Claudia, 24 artigos já foram publicados em periódicos relevantes, no âmbito desta colaboração.

“A parceria com o Grupo de Óptica tem sido muito importante e frutífera para a evolução e andamento de parte das pesquisas do nosso grupo. Esse trabalho em conjunto demanda a construção e o aprimoramento de diferentes equipamentos e fontes de luz que têm sido utilizados nas nossas pesquisas in vitro, in vivo e clínicas”, afirma.

*A doença causada pelo fungo Candida albicans na região bucal, costuma trazer manchas brancas ou avermelhadas, dor de garganta e até rachaduras nas laterais da boca. A infecção por candidíase é mais comum em crianças, idosos, pacientes em quimioterapia e em pessoas que estão com o sistema imunológico comprometido.

Fonte: Jornal da USP/ABO

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